Recentemente a prefeitura de Juiz de fora anunciou a realocação dos espaços ocupados pelos vendedores ambulantes que sediavam a avenida Getúlio Vargas. A realocação foi destinada para a praça Riachuelo que próxima a avenida não é considerada um local bom para venda segundo os vendedores que sabendo disso, se organizaram em diversas manifestações pelo centro da cidade. Além de pouco movimentada, a praça também se tornou lar de um pequeno grupo de moradores e usuários de entorpecentes o que contribui para a ausência de compradores. Essa atmosfera conflitante entre prefeitura e ambulantes reacendeu os debates acerca da valorização do trabalho informal que muitas vezes pode ser o resultado de uma jornada que demanda disposição e sacrifício.Tiago Padilha de 37 anos vendedor ambulante da Rua São Sebastião conta como é viver de um trabalho incerto: “Quem vê um camelo na rua não faz ideia da via sacra que temos que enfrentar, para começar para achar mercadoria barata temos que ir no Brás, em São Paulo. Daqui até lá são 16 horas de viajem oito pra ir oito pra voltar, isso se o pinel não estourar se a polícia não para e se não formos assaltados. Mas mesmo dando tudo quando chegamos no Brás precisamos pechinchar com Bolivianos e africanos e eles são muito mal humorados, deve ser por que eles saíram do país deles. Chegamos lá uma e meia da madrugada e andamos até as 11 da manhã e quando finalmente chegamos no ônibus pra vir embora as penas já estão no pó da rabiola. E enfrentamos essa via sacra como eu disse para no fina chegar aqui e o povo pedir desconto fala sério só sendo camelô pra entender nossa luta.” Atualmente Tiago alimenta a Esperança de se formar, ele estuda administração na faculdade Estácio de Sá e gostaria de empreender formalmente.
Por Thamires Mendonça
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